Núcleos

Mercado de Trabalho e Racismo

O racismo no trabalho limita acesso e ascensão de negros; inclusão e políticas afirmativas são essenciais.

O racismo no mercado de trabalho é uma expressão do racismo estrutural que permeia a sociedade. Mesmo com avanços legais e iniciativas de inclusão, a discriminação racial ainda impacta diretamente o acesso, a permanência e as oportunidades de ascensão profissional para pessoas negras e de outros grupos racializados.

Uma das manifestações mais evidentes dessa desigualdade é a diferença salarial entre trabalhadores brancos e negros, mesmo quando possuem formação acadêmica semelhante. Outro aspecto é que pessoas negras são frequentemente sub-representadas em cargos de liderança e sobre-representadas em ocupações de menor remuneração e prestígio social. Além disso, processos seletivos podem conter vieses implícitos, resultando na exclusão de candidatos negros já nas etapas iniciais de contratação.

A falta de diversidade nas empresas limita a criação de ambientes mais inclusivos e representativos. A baixa presença de profissionais negros em posições estratégicas não apenas reforça desigualdades, mas também impacta o desenvolvimento de políticas organizacionais mais equitativas. A discriminação racial no ambiente de trabalho também se manifesta por meio de microagressões e barreiras invisíveis para o crescimento profissional. Comentários desrespeitosos, estereótipos negativos e a subestimação das competências de profissionais negros contribuem para um ambiente hostil e desmotivador.

Para enfrentar o racismo no mercado de trabalho, é essencial que empresas e instituições adotem práticas concretas de diversidade e inclusão, incluindo treinamentos antirracistas, revisão de critérios de seleção e promoção de um ambiente corporativo mais igualitário. Iniciativas como programas de trainee exclusivos para pessoas negras e a adoção de políticas afirmativas têm sido algumas das respostas em prol de tentar reduzir essa disparidade.

Este Núcleo propõe analisar desigualdades raciais no acesso a empregos, progressão de carreira e remuneração; investigar práticas discriminatórias em processos seletivos e no ambiente corporativo; propor políticas de inclusão e diversidade para empresas e órgãos públicos; avaliar a eficácia das ações afirmativas no mercado de trabalho; e desenvolver estratégias para combater o racismo estrutural nas relações laborais. O núcleo também busca promover projetos de pesquisa e parcerias para sensibilizar empregadores e promover um ambiente profissional mais justo e equitativo para trabalhadores negros, garantindo oportunidades reais de desenvolvimento e ascensão profissional.


Linhas de Pesquisa

Discriminação Racial na Contratação e Promoção

  • Estudo de como o racismo estrutural influencia os processos de recrutamento, seleção e promoção em empresas e organizações.

  • Análise de discriminação racial em processos seletivos, como, por exemplo, o envio de currículos com nomes étnicos diferentes para medir respostas diferenciadas.

  • Avaliação de práticas de inclusão racial, como cotas para cargos de liderança e iniciativas para aumentar a diversidade em diferentes níveis hierárquicos.

Racialização de Profissões e Disparidades Setoriais

  • Investigação sobre como algumas profissões ou setores de trabalho são racializados, ou seja, associados a determinadas etnias, com implicações para oportunidades de emprego e ascensão profissional.

  • Estudos sobre a concentração de negros em áreas de trabalho informais ou precárias, como limpeza, segurança e serviços gerais.

  • Análise de barreiras raciais no acesso a áreas de maior prestígio, como finanças, direito e tecnologia.

Efeitos do Racismo Estrutural nas Carreiras de Longo Prazo

  • Estudo da mobilidade profissional de negros em comparação com brancos ao longo do tempo, observando como o racismo afeta a ascensão e a estagnação nas carreiras.

  • Investigação sobre o impacto do racismo na transição de carreiras e na capacidade de negros alcançarem cargos de liderança e visibilidade.

  • Análise dos mecanismos de “porta giratória” que impedem negros de avançarem nas hierarquias corporativas.

Pesquisadores associados

Rosimeire Faustina Maria dos Santos

Advogada. Professora Universitária. Pesquisadora no Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital na USP. Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho pelo Mackenzie. Especialista em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito de Bauru. Especialista em Gestão Pública pela Universidade Mogi das Cruzes.

Géssika Marcelo Gomes

Médica pela faculdade de medicina de Valença. É especialista em Nefrologia. Atualmente na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Cláudio Marques da Silva

Economista e Mestre em Economia pela PUC-SP. Doutor em Educação pela Unicamp. Pós-graduado em Processos didáticos-pedagógicos pela Univesp. Professor Universitário. Pesquisador. Coordenador do CEPRacial (UZP).

Aparecida do Carmo Miranda Campos

Assistente social do Hospital Dia HIV/Aids da Unicamp, mestrado em saúde da população negra, doutoranda FCM_Unicamp

Mara Edith Po Mac Kay Dubugras Machado

Mestre em Comunicação Contemporânea pela UAM, com graduação em Publicidade e MBA em Qualidade em Sistemas de Informação.

Adrielly Letícia Silva Oliveira

Advogada especializada em Direito Penal, professora universitária, mestra em Direito e pós-graduada em Criminologia.

Amilton Jesus dos Santos

Professor e coordenador de Administração na Universidade Zumbi dos Palmares, doutor em Comunicação e mestre em Ecologia Humana.

Vanessa Isabella dos Santos Ramos

Assistente social em Bauru, doutoranda em Serviço Social (PUC-SP), diretora do CRESS-SP e pesquisadora em direitos humanos e habitação.

Jorge Luís Felizardo dos Santos

Diretor de escola, educador e escritor, doutorando na USP, mestre em Ciências Sociais, especialista em História e Educação Afro-brasileira.

Moisés Ezequiel Chissonde

Médico, Pós-Graduando em Psiquiatria, Perícias Médicas, Medicina do Trabalho e Gestão Hospitalar. Tem especialização em Liderança e Gestão de Pessoas pelo LTM/Canadá e Tracy International/EUA.

Cleiton Costa Peniche

Graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), Especialista em Gestão Pública, pós-graduado pela Unisepe - Faculdades Integradas do Vale do Ribeira, pós-graduando em Psicopedagogia Institucional e Clínica pelo Centro Universitário Faveni,

Dr. Izalto Jr Matos.

Prof. Dr. Izalto Jr Matos. Graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2006), Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2017).

Biblioteca

Segurança pública e racismo institucional

Abordagem da saúde da população negra nos cursos da área de saúde

DA SENZALA AO SHOPPING CENTER: análise sobre a incidência do racismo e

Do racismo estrutural às soluções sistêmicas. Equidade racial no setor

Racismo algorítmico e microagressões nas redes sociais

Educação Antirracista e a prática docente

Resiliência : o novo norte

Ainda não há conteúdos cadastrados nesta categoria!
Veja também

Conteúdos relacionados ao Mercado de Trabalho e Racismo

Mais conteúdo